quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

N'outras Palavras - Janela Cultural "A Lenda do Urutau"

Quem te ensinou a nadar?

Música na escola: conexões África-Brasil (episódio final)

ADIVINHA DA MEMÓRIA (Episódio especial n º 3)

O que me sobra sou eu

Festa em Maracá

Música na Escola: conexões África-Brasil - 2º Episódio - Samba Reggae

Música na escola: conexões África Brasil - Nos batuques do samba (parte1)

A Lenda do URUTAU

Em cantos e matas - chocando o novo vídeoclipe

Lançamento do livro Mácula, de Mariana Basílio

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Sarau Live “Negritude a Arte e a Resistência”

Sarau Live “Negritude a Arte e a Resistência”

Mulherio das Letras Zila Mamede - Carla Alves e Nadia Farias

Mulherio das Letras Zila Mamede - Carla Alves e Nadia Farias

"Brechando" de Jeovânia P./ Bom dia, com Literatura Feminina!

BOOK TRAILER | "O sêmen do rinoceronte branco" de Cinthia Kriemler

A prática da produção de textos e o ensino remoto

BOOK TRAILER | "Não servirei de alimento aos abutres" de Rogério Bernardes

Book trailer | "Mácula" de Mariana Basílio

BOOK TRAILER | "Eva-proto-poeta" de Adriane Garcia

terça-feira, 17 de novembro de 2020

A CIVILIZAÇÃO QUER GANHAR DA NATUREZA - E AGORA? COM VIVIANE MOSÉ

SEM DÚVIDAS, NÓS VAMOS A ALGUM LUGAR - E AGORA? COM VIVIANE MOSÉ

A CIVILIZAÇÃO SE TORNA SINÔNIMO DE CRISE - E AGORA? COM VIVIANE MOSÉ

REFLEXÕES SOBRE A VIDA DURANTE A PANDEMIA - E AGORA? COM VIVIANE MOSÉ

N'outras Palavras - Janela Cultural "Sarau TAPIOSIA"

Quando a Morena Brinca - Gabriel Levy - Coral de Eva e Daniel Müller

POLITEIA 15#: Mosteiro de Alcobaça

Live de lançamento com o autor Rogério Bernardes

Entrevista com a finalista do Prêmio Jabuti Divanize Carbonieri | Cristi...

Entrevista com a finalista do Prêmio Jabuti Divanize Carbonieri | Cristi...

POLITEIA 14#: Coimbra

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Habite-se


por Rozana Gastaldi Cominal

                                                                                                                                  

Sinal de alerta

A mãe do Brasil é indígena*, a casa é de todos

 

Sinal dos tempos

Até quando os seres humanos vão viver cafangando?

Muitas são as  incertezas para o devir

Verbos em profusão: catingar, ter, invadir

Verbos em extinção: cheirar, ser, provir

 

Sinal da cruz 

— Valha-me,  Deus! — o incréu , de joelhos, exclama

Carbonizadas estão fauna e flora na floresta

A terra que não aguenta mais

diante das chamas inclementes reclama:

tanto fez o homem, agora o que me resta?

 

Sinal fechado

Trânsito desfreado

Barbárie instaurada

Existência alguma importa

Expiram as manadas? Não, foram  queimadas vivas!

Espiam os latifúndios? Sim, querem mais extração de minérios!

 

Sinal aberto

Parte do povo brasileiro aclama

às boiadas humanas:

Salvem a biodiversidade e os animais do país

Salvem  as populações indígena, quilombola, ribeirinha, caiçara

S.O.S  por hábitat,  por morada, por manejo sustentável comunitário

 

Sinal de fumaça

dos povos originários

nossos ancestrais irmanados

em correntes solidárias conclamam:

venham cuidar do planeta

suas raízes ultrapassam o tupi or not tupi

 

*Myrian Krexu

 segue abaixo o link e o texto do qual tirei o versos “A mãe do Brasil é indígena”:

https://www.xapuri.info/sagrado-indigena/a-mae-do-brasil-e-indigena/#:~:text=Por%20Mirian%20Krexu%20no%20Facebook,suas%20preces%20e%20suas%20lutas



N'outras Palavras - "Habite-se"

POLITEIA #9: Série Portugal

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A CASA CAIU!

por Rozana Gastaldi Cominal

 

Governo golpista traz à tona

alguns dos cacófatos mais conhecidos: 

A mala ia se pudesse

Mas como a mala não posso

A mala fica

V.A.Z.I.A

 

Surpresa com a notícia divulgada?

Mais fácil aprender mesóclise fora de uso: 

Amá-la-ia se pudesse

Mas como amá-la não posso

Mais fácil é enviar  dólares

A mala nada na lama em um paraíso fiscal

 

Em breve

mais um furo de reportagem:

Bater panelas ainda  não  é causa vencida

Capetão quer pobre de barriga v.a.z.i.a

Abrir janelas  ainda está em todas as mídias

Vírus x verme: cresce o número de mortos

E as balas ainda continuam perdidas

Salvem as almas, clamam os pastores de mercado

 

Manifestantes antiaborto e

fundamentalistas  religiosos exorcizam demônios?

Mente v.a.z.i.a, oficina do diabo vivem a esbravejar

Não basta a perda total da inocência

Querem a criança de 10 anos sacrificar

São exímios na prática de abortos em série

 

E o covarde? E a Covid?

De mala e cuia pros Esteites

enquanto aqui mais de cem mil covas ardem

E nós? 

V.A.Z.I.O.S 

sem ar, em casa


Arte interna de Ricardo Newton Rice
Revista Travessias nº 4, eixo temático: Notícias                                                                                               
Para ler mais verso e prosa, clique  à direita em Estudos Literários

CINZAS E FULIGENS

 por Nirlei Maria Oliveira

respire
respire o ar puro que ainda lhe resta
trague e saboreie até o fim
a próxima respiração
pode ser um pequeno sopro

ar rarefeito
dióxido de carbono
cinzas, fuligens
fervura
terra em chamas

devastação
pássaros mortos
animais mortos
plantas mortas
cidades sem sem sol e sem estrelas
sob o céu, apenas uma nuvem de fumaça
combustão, trevas e desrazão

respire fundo
respire se você ainda pode
olhos secos, sem lágrimas
peles enegrecidas
garganta secas e emudecidas
cansaço e desespero
esquecidos
vidas negadas

alheios a tudo
muitos negam
tocam a manada

Neros tocam suas liras
17/09/20


QUÃO BREVE É A VIDA

por Margarida Montejano

Quando o lírio em botão se abre,
a lira dos anjos toca a mais bela
canção do vento.
O vento entre, acordes,
faz folhas e flores,
do chão à copa das árvores,
num ritmo
dançante, balançar.
E no balanço sentido, vivido,
aromas, perfumes, fragrâncias
se espalham no ar.
Felizes os que (com)partilham!
A canção do vento, em nome do lírio, da dança,
da terra, florestas e rios
pede chuva.
Clama para que as correntes,
quentes e frias, se encontrem.
E, no calor do desejo, lavem as cinzas e fuligens
produzidas pelos “homens de bem”.
Limpem os corações produzindo consciência!
Quando o lírio em botão se abre,
altivo entre as flores
nos traz um alento. Um ensinamento:
Pare, olhe e sinta!
Somos todos natureza
e o nosso tempo é curto.
Nossa beleza é efêmera,
Nossa história é líquida e breve e,
em breve, nos encontraremos.
Cuidemos da vida, irmãos!
Cuidemos de nossa natureza enquanto há tempo!
17/09/2020
Obs. Texto inspirado no poema "cinzas e fuligens" de
Nirlei M. Oliveira



HABITE-SE

por Rozana Gastaldi Cominal

Sinal de alerta
A mãe do Brasil é indígena*, a casa é de todos
Sinal dos tempos
Até quando os seres humanos vão viver cafangando?
Muitas são as incertezas para o devir
Verbos em profusão: catingar, ter, invadir
Verbos em extinção: cheirar, ser, provir

Sinal da cruz
— Valha-me, Deus! — o incréu , de joelhos, exclama
Carbonizadas estão fauna e flora na floresta
A terra que não aguenta mais
diante das chamas inclementes reclama:
tanto fez o homem, agora o que me resta?

Sinal fechado
Trânsito desfreado
Barbárie instaurada
Existência alguma importa
Expiram as manadas? Não, foram queimadas vivas!
Espiam os latifúndios? Sim, querem mais extração de minérios!

Sinal aberto
Parte do povo brasileiro aclama
às boiadas humanas:
Salvem a biodiversidade e os animais do país
Salvem as populações indígena, quilombola, ribeirinha, caiçara
S.O.S por hábitat, por morada, por manejo sustentável comunitário

Sinal de fumaça
dos povos originários
nossos ancestrais irmanados
em correntes solidárias conclamam:
venham cuidar do planeta
suas raízes ultrapassam o tupi or not tupi
*Mirian Krexu
arte de Cris Vector


segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Travessias Literárias 4: Notícias

Em primeira mão, Travessias Literárias nº 4. Nesta edição, os autores escrevem sobre o tema "Notícias" em textos fortes, precisos e, ao mesmo tempo, cheios de sensibilidade.

Autores: Dalva Lobo, Ilma Pereira, Jefferson Lima, Luiz Oliveira, Márcia Karina,Margarida Montejano, Maurício Bessa, Mauro Brandão, Nirlei M. Oliveira, Odete Sanabio, Rozana Gastaldi Cominal

Editorial: Vanderlei Barbosa

Arte interna: Ricardo Newton Rice

Diagramação: Felipe Montejano

https://indd.adobe.com/view/09f2ba53-0701-4dd0-b982-442d0961ec34



quinta-feira, 27 de agosto de 2020

DECRETO FORA DA LEI

 Poema de Rozana Gastaldi Cominal

·  Dedicado a Thiago de Melo, o poeta da floresta, o homem das vestes brancas

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado que vamos cuidar um do outro

um cuidar não  por obrigação

um cuidar que envolve cheiro,

beleza, espinhos e coração

abaixo o capital que insiste

em monopolizar todo tipo de expressão

 

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado que somos a resistência

que integra arte e ciência

gigantes pela própria natureza

dai-lhes, cabeções

cheios de conteúdo e de poesia

porque em nós reina a alegria

 

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado que estamos na luta

que urge contra a aridez cotidiana

o que conta é o respeito à diversidade

seja nos continentes ou nas ilhas

velas acesas abrem as trilhas

aos fazedores de cultura que somos

 

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado um calendário permanente

para aliviar o ranger de dentes

e a saliva das serpentes

seja no quintal ou na esquina

pão e circo ainda é preciso

aos roedores de cultura que somos

N'outras Palavras - "Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!"

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

É UMA MENINA...



Que mundo é esse
de homens e mulheres “de bem” que não fazem o bem?
Que fé é essa que
que opta pela morte em vida?
Que bem é esse
que ignora a inocência,
a pureza,
a infância roubada?
Que irmão é esse
que maltrata,
que humilha,
que estupra,
que rouba e que mata, em nome da fé?
Que Deus é esse que esses homens e mulheres “de bem” pregam?
Que vergonha!
Que nojo!
Me curvo ante a você menina!
e com todo o meu respeito, lhe dou a mão. Não soltemos as mãos!
Rogo aos céus por você e por toda menina e meninos que vivem
em maus tratos!
Que você e eles, um dia possam ver a culpa pesando a consciência
desse povo medíocre!
Povo Maldito!
Que você e eles possam ver, um dia, estampado nos jornais
a notícia de que estes demônios
cumprem suas penas no inferno!
E que você um dia se liberte dessa opressão e seja feliz como menina, como mulher!
É tudo o que desejo!

Margarida Montejano

ENTRE NÓS

Cá estou eu...

Cheio de razões piedosas
revoltado com não-nascimento de uma criança
que não foi gerada em amor, mas em covardia,
fruto de uma tara diabólica e cruel.
Não me interessa a brutalidade do ato,
tampouco a vida que viria a ter a criança
depois de conhecer a sua própria história,
menos ainda a vida já marcada e destruída aos dez anos.
Cá estou eu...
Desejando mais uma criança sem vida vivendo num orfanato
que, aliás, eu conheço tão bem de belas ocasiões
pois lá eu sempre levo cestas básicas, chocolates e agasalhos
lavando e enxugando as mãos na mesma água e toalha de Pilatos.
Não, pelo contrário! Eu quero uma família para cada criança,
desde que os pais sejam héteros, brancos e da Zona Sul,
se não for assim, é contra os princípios da divindade
que eu criei para ser o álibi perfeito para os meus atos.
Cá estou eu...
Em dias de pandemia, trabalhando no conforto do home office
fazendo comentários legais a favor dos enxotados de Campo do Meio
afinal, sou a favor de terra, moradia e condições igualitárias para todos,
desde que nenhum desvalido venha ocupar o bairro onde moro.
Aceito de bom grado que o vizinho tenha uma célula da igreja em sua casa,
gosto dos tapetes e até ajudo a varrê-los após a procissão passar pela minha porta,
não compreendo, mas acho interessantes aqueles encontros para meditação,
mas torço o nariz para os ritos africanos que deixam seus rastros na esquina.
Cá estou eu...
Preocupado em gritar as minhas crenças
em nome de um deus que castiga com fogo e inferno,
seguindo uma lista de preceitos bem elaborados
a fim de proteger a mim e aos meus de todo mal.
Aponto o dedo com brados de zelo e amor, mas acredito
num deus que perdoa as minhas falhas e as insignificâncias de outrem,
enquanto desconheço um Deus que ampara a menina de dez anos,
que recebeu no colo a criança e que armou barraca junto aos de Campo do Meio.
Cá estou eu...
Incapaz de acreditar que o Deus que desconheço
é capaz de amar e acolher do estuprador ao governador,
que Ele conhece o coração do policial e do homem do trator
e é capaz de entender até a minha incapacidade de perdoar.
Incapaz de compreender a verdade que liberta,
o amor que acolhe, o Divino que se faz humano e sofre,
mas capaz de eleger um representante que, em nome de Deus,
nos incentiva a comprar armas e exercer o próprio juízo.

Jefferson Lima



CAMINHOS

 poema e fotografia de NIRLEI OLIVEIRA

desvios e margens

andar viajante

sujeito e objeto

refém

das sutis emoções

 

poeta

que bebe e cheira

nas bordas das palavras

ávido

em sua gula

embriaga-se com letras

 

para nos desvios

bordeja no desconhecido

vez ou outra

atravessa vãos e frestas

de espinhosos caminhos

 

viaja no tempo e espaço

busca a potência poética

a palavra que seduz

que embala

que contrapõe e resiste

 

grita nas vazias praças

persegue ressonâncias

Poema publicado na revista Travessias Literárias, v. 1. maio de 2020

https://indd.adobe.com/view/0156ae19-4a16-4891-b396-63b93cde246f?fbclid=IwAR3g4omOGN7LrII41e_1S2ye89ebgq5i8KWhBo3JLhZpeCnE5JWjR4Vg8sk


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

QUARENTENA POÉTICA - distribuição gratuita

Quarentena Poética é uma coletânea de poemas que traz uma narrativa poética e visual. A publicação é organizada por Nirlei Maria Oliveira, bibliotecária no IFSP-Câmpus Hortolândia, residente em Campinas, SP. A parte visual da obra foi coordenada pela educomunicadora Denilce Palomo, com a sugestão que os autores fizessem fotografias do cotidiano, paisagens e objetos. O livro foi idealizado como uma maneira de contrapor o excesso de notícias tristes e assim, alegrar nossos dias de quarentena e trazer a potência da palavra para suavizar as tristezas e ampliar a nossa capacidade de resgatar os bons sentimentos compartilhando versos!
 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

DECRETO FORA DA LEI

    * Dedicado a Thiago de Mello, o poeta da floresta, o homem das vestes brancas

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado que vamos cuidar um do outro

um cuidar não  por obrigação

um cuidar que envolve cheiro,

beleza, espinhos e coração

abaixo o capital que insiste

em monopolizar todo tipo de expressão

 

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado que somos a resistência

que integra arte e ciência

gigantes pela própria natureza

dai-lhes, cabeções

cheios de conteúdo e de poesia

porque em nós reina a alegria

 

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado que estamos na luta

que urge contra a aridez cotidiana

o que conta é o respeito à diversidade

seja nos continentes ou nas ilhas

velas acesas abrem as trilhas

aos fazedores de cultura que somos

 

Aos protagonistas da cultura viva

fica decretado um calendário permanente

para aliviar o ranger de dentes

e a saliva das serpentes

seja no quintal ou na esquina

pão e circo ainda é preciso

aos roedores de cultura que somos

Rozana Gastaldi Cominal


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